Flávio Roberto Chaddad [1]
Estou lendo o livro “O desespero Humano”, de Sören Kierkegaarg. Este filósofo diz que, de forma geral, os únicos não desesperados, na face da Terra, são os cristãos. Para eles, a morte não seria o desespero. O desespero seria, por exemplo, a não crença na imortalidade, esta seria a doença. Mas o que temos a dizer disso? Será que o não desesperar pela crença em um outro mundo não seria, enfim, o próprio desespero, a procura que encontra seu ninho? Não seria a própria raiz do desespero? Contraditoriamente, isto é real! O medo, destas pessoas, pela morte e pela perda de individualidade, é o desespero. O desespero por um mundo em que não encontram uma explicação plausível do porque, num dado momento, como matéria, existimos, e, num outro, desaparecemos, levados pela poeira. É ai que reside o desespero e, a resposta a este desespero, são explicações irreais, ilusórias, um conforto metafísico, o grande remédio, chamado religião. Este é o grande ópio do povo. O remédio para o desespero. Não terminei de lê-lo, ainda estou nas primeiras páginas.