Outros Argumentos Sobre a Inexistência de Deus

Argumento Ontológico

O assim denominado argumento ontológico da existência de Deus foi desenvolvido por Santo Anselmo de Canterbury na obra "Proslogion". Os passos do raciocínio anselmiano são os seguintes:[1]
Existe na mente de todo homem a ideia de um ser que não se pode pensar outro maior;
Existir só na mente é menos perfeito do que existir na mente e também na realidade;
Se o ser maior do que o qual não se pode pensar outro só existisse na mente seria menor do que qualquer outro que também existisse na realidade;
Logo, o ser do qual não se pode pensar outro maior deve existir também na realidade (existência real necessária), logo conclui-se que existe Deus e esse ser é perfeitíssimo.Defenderam esta tese com argumentos distintos São Boaventura, Duns Scoto, Descartes, Leibniz, Hegel, Isaac Newton quando citou a mecanica celeste ou gravitação universal, Karl Bath, N. Malcom[carece de fontes].

Argumento da existência do Mundo

O mundo exige uma causa de si, que se chama Deus. Não há efeito sem causa. Todo o ser que começa a existir tem uma causa. O universo tem um grau de complexidade superior a qualquer obra humana conhecida. Logo não se pode admitir que tenha aparecido sem que um Ser lhe tenha dado a existência. Assim como um edifício pressupõe um engenheiro ou um quadro o pintor. Esse Ser chama-se Deus.[3]

Argumento da Lei Moral

Dá-se o nome de Lei Moral ao conjunto de preceitos que o homem descobre na sua consciência e que o fazem distinguir o bem do mal, o certo do errado, o justo do injusto e o impelem a praticar o bem e a evitar o mal. A lei moral, segundo os teólogos Ricardo Sada e Pablo Arce, teria três condições:[4]
Obriga a todos os homens, por exemplo prescreve-lhes o respeito à vida e à propriedade alheia, proíbe o assassinato e o roubo.
É superior ao homem, ninguém pode mudá-la ou revogá-la, por exemplo, ninguém poderá fazer com que o estupro de uma criança seja algo bom.
Obriga em consciência,[5] isto é quando a cumprimos, sentimos a satisfação do dever cumprido; quando a transgredimos, mesmo que às ocultas, sentimos remorsos.[6] A lei moral supõe um legislador que atenda a estas três condições, que seja superior ao homem, que possa obrigar a todos e que lhes possa ler na consciência, a este legislador chamamos Deus.
 

Argumento Psicológico

Conhecido também como argumento eudenomológico, funda-se na afirmação de Agostinho de Hipona: «Criaste-nos para vós, Senhor, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em Vós» (Confissões). Funda-se na constatação de que todo homem busca a felicidade e que esta felicidade plena e eterna não dura se se alcança, e mesmo quando se alcança não dura pois um dia chega a morte. Logo deve existir um bem cuja posse seja capaz de dar ao homem a felicidade infinita e eterna que tanto busca.[1]
 

Argumento Histórico

Cícero, senador romano, parte da constatação da universalidade do fenômeno religioso. Não se tem notícia de sociedade humana que não tivesse culto à divindade, este grande consenso histórico e quase universal tem grande probabilidade de ser retrato da realidade existente.[1]
 

Argumento da impossibilidade científica da negação

Não se pode cientificamente provar que Deus não existe. Este argumento é usado para mostrar que não se consegue provar a inexistência, mas não prova a existência. Este argumento trata-se da falácia argumentum ad ignorantiumexplicado no guia das falácias de Stephen Downes. É um caso de falso dilema, pois a falta de prova não é prova.
 

 Conhecimento de Deus por analogia

A partir do conhecimento das criaturas pode-se atribuir a Deus todas as perfeições que nelas se encontram e as que se pode conceber, bem como n'Ele negar tudo o que as criaturas têm de limitado e imperfeito.Assim, são atributos de Deus, segundo Santo Tomás:
Unidade - é indivisível (tanto em ato como em potência), não possui composição alguma.
Unicidade - é unico, não pode haver mais que um Deus, a onipotência de um comprometeria a do outro.
Suprema perfeição - "perfeito é aquilo que está totalmente feito". Todas as perfeições das criaturas (efeitos) se encontram em Deus de modo indiviso e em grau eminente (causa).
Beleza suprema - é a suprema harmonia de todas as perfeições criadas e o seu conhecimento é a máxima felicidade possível.
Simplicidade - não é composto de partes, o que implica que não tem corpo e nem partes de nenhuma espécie.
Imensidade - não está sujeito a espaço, pode estar em todos os lugares sem estar circunscrito a eles.
Infinidade - é infinito, tem todas as perfeições em grau máximo e ilimitado. Se pudesse ser aperfeiçoado não seria Deus e sim aquele que Lhas desse.
Imutabilidade - não está sujeito a mudanças nem no seu Ser e nem nos seus desígnios.
Eternidade - não teve princípio e não terá fim, sempre existiu e não deixará de existir.
Onisciência - possui inteligência e entendimento ilimitados, tudo sabe e tudo conhece.
Onipotência - a vontade de Deus é onipotente, não tem limites, e é perfeitamente boa e justa. Sendo infinitamente justo retribui a cada um segundo as suas obras.
Onipresença - tem a capacidade da ubiquidade, pode estar em todos os lugares e, mais do que estar num lugar, dá a existência ao próprio lugar.
Suprema bondade - Deus é a bondade infinita. Quanto mais perfeito é um ser tanto mais é desejável, Deus é o mais desejável dos seres é o Bem Supremo.
Sabedoria - é mais que sábio, é a própria Sabedoria ilimitada.
Santidade - é infinitamente santo e belo e fonte de toda a beleza e santidade.
Misericordioso - Deus é todo misericórdia, perdoa tantas vezes quantas nos arrependemos.
Transcendência - não se confunde com o mundo, está fora do mundo e acima da realidade material.


Argumento da incoerência ou das propriedades incompatíveis

Uma versão popular do argumento das propriedades incompatíveis questiona a possibilidade de um Deus ser ao mesmo tempo onisciente e onipotente. Um Deus onisciente, que tem todo o conhecimento acerca dos acontecimentos futuros, é impotente para mudá-lo visto que este futuro (que já é conhecido de antemão) já está determinado, embora o cristianismo aponta que o ser humano possui livre arbítrio então o futuro já não precisa ter sido alterado.

Argumento da imaterialidade

Existem aqueles que crêem que se não conseguimos ver, medir ou testar Deus de nenhuma forma rigorosa com métodos físicos e experimentais, possivelmente ele não existiria. Qualquer coisa para existir necessitaria ter existência no espaço-tempo. Até o momento Deus não foi medido através de qualquer equipamento científico desenvolvido pelo homem, da mesma forma que a consciência humana não foi devidamente localizada no corpo.[7][8]


Argumento da Evolução Darwiniana

A evolução Darwiniana fornece explicação para a complexidade dos seres vivos, que ocorreria sem nenhuma necessidade de intervenção divina.O Darwinismo, todavia, não se propõe a "provar" a não existência de Deus, mas tenta apenas explicar a grande diversidade das espécies pelo mundo com base meramente no que é observado na natureza. Tanto é assim que, segundo Francis S. Collins, Darwin concluiu a obra A Origem das Espécies com o seguinte texto: "Há uma grandeza nessa visão da vida, com seus vários poderes, tendo ela sido lançada como o sopro da vida originalmente pelo Criador em poucas formas ou em uma; e que, enquanto este planeta vinha orbitando de acordo com a lei da gravidade estabelecida, a partir de um início tão simples, inúmeras formas, cada vez mais belas e maravilhosas foram, e continuam, evoluindo."[9] Esse discurso, ao admitir a possibilidade de existir um "Criador", é totalmente incompatível com a intenção de provar a não existência de Deus.Darwin expressou acreditar na origem divina da existência quando, em outra oportunidade, escreveu: "pela extrema dificuldade, ou quase impossibilidade, de conceber este universo imenso e maravilhoso, incluindo o homem com sua capacidade de examinar o passado tão distante e o futuro tão longínquo, como resultado de uma oportunidade ou necessidade cegas. Quando medito dessa maneira, sinto-me atraído a observar a Primeira Causa como tendo uma mente inteligente em algum grau análoga a essa dos homens; e mereço ser chamado de Teísta."[10]

Argumento da improbabilidade

Não se tem como provar cientificamente a existência de um ser que, caso exista, extrapolaria o espaço-tempo perceptível ao homem e aos equipamentos por este criado. O único meio de pesquisa e estudo das demais dimensões que constituem o universo só pode se dar através de conceitos de física, de filosofia e de fórmulas matemáticas, que são todas imateriais. Devido a isto, pela impossibilidade de medir Deus através de instrumentos científicos, muitos declaram a inexistência de Deus.


Segundo Argumento da Incoerência

Este argumento prende-se no facto da existência de certas incoerências nas propriedades de Deus. Por exemplo, se Deus é omnipotente, ele poderia criar uma pedra tão pesada que nem mesmo ele poderia erguer. Se não a conseguisse erguer, deixaria de ser omnipotente. Mas se ele é omnipotente, então ele deveria ter força suficiente para erguer qualquer peso. No entanto, se não conseguisse criar tal pedra, deixaria de ser omnipotente.Se Deus é omnisciente, então ele sabe tudo sobre o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. Sabe o que já fizemos e o que vamos fazer (apesar de nos conceder livre-arbítrio). Se sabe, então o livre-arbítrio não faz qualquer sentido, e não há razão para não nascermos logo no paraíso ou no inferno. Se não conhece as nossas acções futuras, então Deus não é nem omnisciente nem omnipotente.

Outros argumentos

Teodicéia ou o Problema da Existência do Mal
Argumento do Livre-Arbítrio
Crítica do Argumento Cosmológico
Crítica do Argumento Teleológico (ou Argumento do Desígnio)
Crítica do Argumento Ontológico
Argumento da Dor e Prazer
Navalha de Occam
Argumento das Revelações Inconsistentes
Problema da Erraticidade Bíblica
Variante da Aposta de Pascal

É notável também a questão do ônus da prova.

Fonte: Wikipedia

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