Vou limitar minhas explicações ao ser humano moderno, ocidental para que o texto não fique muito grande e cansativo, mesmo por que sei que vocês têm preguiça de ler. Se você for um fanático religioso que nunca sai de casa, não faz a barba, não faz nada no sábado, não assiste TV,nunca transou sem a intenção de procriar, não ouve musica não-religiosa, não se relaciona com não crentes, este texto não se destina a você, você só tem problemas psicológicos, mesmo; e nunca vai ler este post, por que você também não usa a internet.
Vamos classificar por partes:
Pessoas que transaram antes do casamento,
Pessoas que vêem pornografia,
Pessoas que dão uma trapaceada pra tirar vantagem de algo,
Pessoas que não vão à igreja frequentemente,
Pessoas que fumam,
Pessoas que falam palavrão,
Pessoas que desejam o mal a outras, mesmo que essas outras sejam pessoas terríveis,
Pessoas que ouvem musicas com palavrões, vulgaridade, teor sexual e etc,
Pessoas que mentem, mesmo que seja uma mentirinha de nada,
pessoas que não dedicam suas vidas à caridade.
Eu poderia ficar enumerando até o numero um milhão, mas só com essas 10 eu já enquadrei algo em torno de 99,9% das pessoas que estão lendo. E todos vocês perderão a salvação no reino dos céus e/ou cairão no abismo de tortura eterna, nas chamas crepitantes do Lefréu.
Mas se todos vocês sabem que o que estão fazendo é errado, que isso culminará na sua completa e eterna desgraça, por que motivo continuam fazendo? Por não resistir? (afinal a carne é fraca e é etc).
Eis o ponto onde quero chegar: Você acha mesmo que se as pessoas realmente acreditassem que existe um ser mágico invisível que controla tudo, que vê tudo e sabe de tudo, e que este mesmo ser o julgará e condenará a uma eternidade de glórias e prazeres maravilhosos, ou ao caldeirão de breu do sofrimento infinito, essas pessoas fariam tudo isso?
Vamos supor a seguinte situação: Sua comida preferida é pudim, e você é colocado por 24 horas em uma sala com câmeras, onde se encontra uma mesa, e sobre essa mesa um prato do mais doce e saboroso pudim. Porém, se você comer a porra do tal pudim, você será queimado vivo e terá uma morte lenta, dolorosa e maldita, se você resistir e não comer a guloseima, você será agraciado com um prêmio milionário em dinheiro (ou barras de ouro que valem mais etc). Agora me respondam: VOCÊS COMERIAM O PUDIM??
Enfim, ninguém que não sofresse de um raro distúrbio mental comeria. E você sabe porque? Porque saberia que seria punido, realmente punido. Sem falar que sabemos que milhões em dinheiro valem mais do que qualquer pudim.
Sua crença em Deus, que tanto é motivo de ostentação como uma virtude, nada mais é que uma superstição, seu temor e amor a Deus é comparável ao temor que alguém tem por passar por baixo de escadas, ou ao amor que alguém tem por um personagem fictício de um filme, ou livro.
Quando, por exemplo, um evangélico fervoroso deixa de ir a festas "mundanas" em nome dos preceitos de Deus, ele na verdade faz isso pra satisfazer a sociedade a qual ele pertence, no caso, a evangélica. Assim será bem visto e respeitado pelos demais membros. A busca por aprovação do meio é algo inerente ao ser humano.
Tendo como base nossa experiência teórica do pudim, a diferença é que neste caso, o indivíduo tem ciência do perigo real que corre e da recompensa que receberá. No caso da religião, o indivíduo continua a praticar os atos, por saber que os riscos e recompensas não são reais.
Quando você fica doente, você toma remédio, ou vai a um hospital. Antes de dormir, você checa se as portar estão fechadas. Se você acreditasse em Deus, confiaria em sua proteção, afinal, tudo que acontece é da vontade de Deus, e caso ele existisse e fosse da vontade dele que sua casa não fosse roubada, ela não seria, mas por outro lado, se fosse da vontade dele que sua casa FOSSE roubada, portas bem trancadas também não seriam suficientes para detê-la, não é verdade?
Todo esse temor (em alguns casos, fúria) que você está sentindo exatamente agora por evitar concordar com o que eu afirmo neste post se deve também ao fato de você não acreditar em Deus, pois se você acreditasse, imaginaria que o Leão de Judá, sendo todo-poderoso, conseguiria se defender por si só, sem depender de um pecador como você, que futuramente queimará no forno de microondas do capeta, para fazê-lo.
E nem adianta você falar "Eu acredito em Deus, mas não acredito em céu nem inferno, porque não acredito em nenhuma religião, eu acredito em Deus do meu jeito". Se esse é o seu caso, você consegue ser ainda mais babaca que os convencionais religiosos, afinal, os religiosos tem base teoricamente "histórica" em suas crenças, enquanto você está acreditando apenas num ser superior e mágico e em dogmas que você mesmo acabou de inventar apenas porque lhe convém..
Se você é um ser humano moderno e ocidental, sua crença em Deus deriva exclusivamente da Bíblia, e o que ela diz em Mateus 16:18 é que o messias em pessoa dita que Pedro ergueria uma igreja, que no caso seria a igreja católica, e que esta seria a verdadeira igreja de Cristo. Sendo assim inquestionável, se você é cristão, você segue, como o nome sugere, os ensinamentos de Jesus Cristo, se segue os ensinamentos de Jesus Cristo, deverá acatar sua profecia de que sua igreja seria erguida por Pedro, e que consequentemente a igreja católica é a igreja certa para os cristãos. Qualquer evangélico que questione esta verdade, estará contrariando as palavras de seu próprio mestre e salvador.
Sendo a Bíblia o pilar do cristianismo, consequentemente da crença em Deus, consequentemente sendo a igreja católica a igreja oficial de Deus, se você usa/usou preservativos, se é à favor do casamento gay, se ouve musica de artistas homossexuais, se é simpatizante de Chico Xavier (ou só compartilhou aquela foto dele com aquela frase legal no Facebook alguma vez) ou de qualquer religião espírita, ou mesmo se alguma vez você se masturbou, pra dar uma aliviada, você está fazendo isso miseravelmente errado, e não será escolhido pelo messias como um dos seus e, após sua volta, ficará na terra pós-apocalíptica, como um walking dead ou, segundo outras interpretações, sofrerá no Geena, o fogo eterno da casa do Ralado. E nenhum de nós quer ter um fim como esse, mas continuamos fazendo tudo isso.
O que as pessoas chamam de "fé em Deus" nada mais é que o "fator bilhete de loteria". Explico: A pessoa joga na loteria, mesmo sabendo que sua chance de ganhar é de 1 em 50 milhões. Ele sabe que não ganhará, mas não custa tentar, né? O mesmo acontece com Deus, você sabe que ele não existe, mas não custar puxar seu sagrado saco, porque "vai que ele existe e me dá uma aliviada por causa dessa puxada de saco aqui, né?"
A diferença é que no bilhete de loteria ainda existe a chance de 1 em 50 milhões, a de Deus existir é 0, e você sabe disso. Você talvez só não soubesse que sabia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário