Apelo à Autoridade

O apelo à autoridade é uma falácia de irrelevância, que ocorre quando a autoridade citada não é realmente uma autoridade. Por exemplo, apelar a Einstein para dar apoio a um ponto de vista sobre religião seria um apelo irrelevante à autoridade. Einstein era especialista em física, não em religião. No entanto, mesmo se ele tivesse sido um rabino, apelar ao Rabino Einstein como evidência de que Deus existe seria ainda um apelo irrelevante à autoridade pois religião, por natureza, é um campo controvertido. Não só os especialistas em religião divergem sobre questões fundamentais sobre o assunto, como também muitas pessoas acreditam que a religião seja, em si, falsa. O apelo a pessoas não-especialistas como se o fossem, ou o apelo a especialistas em campos controversos a fim de apoiar uma crença são igualmente irrelevantes para que se estabeleça essa crença como correta.

O apelo irrelevante à autoridade é um tipo de falácia genérica. Tenta-se julgar uma crença pela sua origem, em vez de pelos argumentos favoráveis e contrários a ela. Se a crença se originou de uma pessoa com autoridade, então afirma-se que seja verdadeira. No entanto, mesmo autoridades podem crer em coisas falsas.



Apelos à autoridade não passam a ser relevantes se, em lugar de uma única autoridade, citarem-se vários especialistas que crêem que algo seja verdadeiro. Se as autoridades falam de algo fora de seus campos de especialidade, ou se o assunto é controverso, enfileirar longas listas de apoiadores não torna em nada o apelo mais relevante. Em qualquer matéria controvertida é provável que haja especialistas competentes em diferentes lados da questão. Se uma alegação controversa pudesse ser estabelecida como verdadeira por ser apoiada por especialistas, crenças mutuamente contraditórias seriam verdadeiras, o que é absurdo. A verdade ou falsidade, razoabilidade ou irrazoabilidade de uma crença devem ter como sustentar-se independentemente de quem a aceita ou rejeita.

Por fim, deve-se observar que não é irrelevante citar uma autoridade para apoiar uma alegação que essa pessoa não é competente para julgar. Em tais casos, no entanto, a autoridade precisa estar falando em seu próprio campo de especialidade, e a alegação deve ser algo que outros peritos da área geralmente não consideram controversa. Num campo como a física, é razoável acreditar-se em uma alegação feita por um físico sobre algo pertencente à física, e que outros físicos considerem ser verdade. Presumivelmente, estes crêem nela por haver fortes evidências para apoiá-la. Crenças como essas poderiam revelar-se falsas, é claro, mas deve ser óbvio que nenhuma crença se torna verdadeira com base em quem lhe dá crédito.

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