Criando Seus Filhos No Ateísmo - Dave Silverman

Escrevo este texto como resultado de conversas que tive com várias pessoas que passaram por isso, como também pela minha própria experiência, tanto como judeu quanto como líder Ateu. Neste ensaio você não encontrará todas as respostas que você precisa para criar facilmente um filho no modo ateu, mas espero que aqui você tenha algumas idéias.

Se nós temos uma Constituição ou não, e se nós ganhamos um caso de tribunal ou não, nós todos devemos reconhecer que esta é uma nação dominada por cristãos. Há igrejas grandes e ornamentadas em todos lugares, freqüentemente os mais altos e bonitos edifícios na cidade. O Natal e a Páscoa não só são feriados nacionais, mas também épocas de grandes extravagâncias de marketing, com exibições de comerciais com até seis meses de antecedência. Até eu mesmo, escrevendo este ensaio, em Agosto, noto, que exibições do Natal já estão por toda parte, principalmente nos centros comerciais.

Assim o que faz você quando seu filho pergunta-lhe o que você é, por que vocês são Ateus, e por que você é tão diferente de todo mundo? O que você diz sobre o Natal, e como você explica o fanatismo a seus filhos? Tenho esperança que este texto lhe trará uma alguma luz nestes assuntos.

Como você explica a suas crianças que 90% da população do país (o mundo delas) discorda de você em coisas tão básicas como a existência de uma divindade? Para a resposta desta pergunta eu fiz alguma pesquisa em livros judeus, imagindo que eles passem por um problema semelhante. Porém, esses livros só falavam, na maior parte, da cultura ao redor de Judaísmo, e nenhuma explicação que poderia ser aproveitada pelo Ateísmo.

Então aqui vai uma sugestão que veio de minhas conversas com crianças em escolas e e-mails. A proporção 90%-10% é muito assustadora para algumas crianças entenderem. Elas não gostam de estar dentro deste tipo de minoria, isso é compreensível.

O que eles gostam mais é de um desarranjo maior. Em vez de dizer "94% são os crentes, e em 6% são os Ateus", diga para eles "14% são católicos, 26% são protestantes, 2% são os judeus, e 6% são os Ateus". Deste modo, toda vez que eles conhecem uma pessoa judia, eles conhecerão alguém mais raro que eles. Eles também terão um entendimento melhor da diversidade deste país.

Também, é importante para forjar ideais e modelos para as crianças admirarem. Infelizmente, por alguma razão, esportistas ateus parecem ser difíceis de se encontrar, mas existe um número enorme de ateus ilustres na nossa história. Thomas Edison, Albert Einstein, e Susan B. Anthony vêm logo à nossa mente. Para conhecer outros descrentes, visite a página http://www.visi.com/~markg/atheists.html e para saber quem são os que ainda estão vivos, veja a página http://www.primenet.com/~lippard/atheistcelebs. Destacar os grandes ateus lhes dará um senso de comunidade, ou pelo menos suprirá qualquer solidão ou falta de orgulho provocado por outras crianças.

Quanto à essas outras crianças, seu problema principal será o fanatismo. Eu li uma vez em um livro sobre como criar crianças judias que a única coisa que pode ser dita sobre o assunto é que isso existe. Mas uma coisa é certa: o fanatismo não pode ser entendido por crianças, e o que elas têm que saber é só que existe e terão que evitá-lo quando encará-lo. Porém, eu iria mais adiante e lhes ensinaria a combater isto, ativamente ou passivamente.

ØAtivamente: Desafie o fanatismo. Quando alguém der uma dura neles, seus filhos devem perguntar para as crianças fanáticas por que elas pensam daquele modo. Lembre-se, o fanatismo é instruído normalmente de forma rudimentar. Então, os fanáticos só sabem que eles devem pensar que os Ateus são ruins, mas provavelmente não sabem por que. Se seu filho os cutuca, para examinar se o fanatismo delas (provável) é por parte de seus pais, elas podem até repensar essas posições de fato. Nada elevará mais a auto-estima de seus filhos que isso. Isto funciona melhor quanto mais velhas forem as crianças, mas tive bons resultados com essa aproximação ativa em crianças novas, de 9 ou 10 anos.

Simulação e representação ajudam muito. Finja que você é a criança fanática e escreva num papel tudo o que ela diria e as respostas correspondentes. Isto ajudará a aumentar a confiança de seus filhos em situações de confrontos.

ØPassivamente: Evitar confrontos é o caminho mais fácil, e às vezes o melhor. Você e seu filho devem decidir. Ensine para seu filho quais são os estereótipos usados para os ateus, e fale pra eles o que as outras crianças estão dizendo, e tente fazer o oposto. Conduza-o através de exemplos. Caso seus filhos estejam sendo molestados porque os Ateus são "maus", lhes ensine a serem agradáveis, especialmente na frente das outras crianças. Com ações simples e evitando confrontos, eles serão capazes de resolver os problemas que estejam passando.

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