Dizem os crentes que a Bíblia é superior à ciência porque nunca muda, enquanto que a ciência “não se decide” e a toda hora inventa novas explicações para as coisas. Não percebem eles que quem nunca muda de idéia é burro, teimoso ou encontrou uma verdade — e nada é verdade até que se prove.
Mudar de idéia quando se encontra um erro é evoluir. Agarrar-se a velhas idéias sem se atrever a questioná-las é permanecer estagnado. Foi mudando constantemente de idéia que a ciência nos trouxe das cavernas à civilização moderna. Foi mudando de idéia — e ignorando a moralidade fossilizada da Bíblia — que a sociedade abandonou práticas como a escravidão e o tratamento das mulheres como seres inferiores.
Além disto, a Bíblia, além de ter várias versões, tem também milhares de interpretações, dando origem a outras tantas seitas, e são as interpretações que interessam.
Os que dizem seguir a Bíblia, “palavra imutável e inerrante de Deus”, estão, na verdade e sem perceber, seguindo suas próprias opiniões e preconceitos, embora usem a Bíblia para legitimar-se. Isto torna a tal “palavra de Deus” tão mutável e adaptável quanto a ciência, com a desvantagem de que, cedo ou tarde, cientistas acabam entrando num acordo sobre novas teorias, o que nunca foi o caso da religião.
É preciso lembrar também que a ciência produz resultados práticos: automóveis, aviões, televisão, celulares, computadores, as vacinas e toda a medicina moderna. As teorias por trás destes avanços podem estar incompletas e até incorretas, mas os resultados são reais.
E a religião, o que nos trouxe de palpável? O que mudaria em nossas vidas para pior se ela desaparecesse? Milhares de religiões já se foram, muitas sem deixar vestígios, muitas outras terão o mesmo fim e a humanidade seguirá em frente.
“Respeite quem procura a verdade, desconfie de quem diz que a encontrou”.
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